6.12.25

Sobre Marzahn, mon amour, de Katia Oskamp

 Uma mulher que se aproxima dos «anos invisíveis» da meia-idade abandona a carreira de escritora para se tornar pedicura em Marzahn, em tempos a maior área residencial pré-fabricada da Alemanha Oriental, nos arredores de Berlim. A partir daí observa atentamente os clientes e colegas, mergulhando nas suas histórias pessoais. Cada uma das histórias se destaca como uma vinheta, contada com humor e emoção, e juntas formam um retrato matizado de uma comunidade.


«Um deleite de livro.» [Ken Follett]


«Katja Oskamp captura na perfeição a essência das pessoas, e elas ganham vida neste seu poderoso livro.» [Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha]


Marzahn, mon amour, de Katja Oskamp (tradução de Ana Falcão Bastos), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/marzahn-mon-amour/

Sobre Os Lobos da Floresta da Eternidade, de Karl Ove Knausgård

 Um romance vasto e humano, que questiona as responsabilidades que temos perante os outros e nós mesmos — e os limites do que conseguimos compreender acerca da própria vida.

Em 1986, Syvert Løyning, de vinte anos, regressa do serviço militar à casa da mãe, no sul da Noruega. Uma noite, o seu falecido pai surge-lhe num sonho. Ao perceber que, na realidade, pouco sabe sobre ele, Syvert inicia uma investigação. O que descobre altera o seu passado e põe em causa tudo o que julgava saber sobre si. Mas quando a mãe adoece e Syvert precisa de cuidar sozinho do irmão mais novo — Joar —, deixa de haver espaço para especulações filosóficas.

Na Rússia atual, Alevtina Kotov, professora de biologia na Universidade de Moscovo, viaja com o filho até casa do padrasto, para celebrar o seu octogésimo aniversário. Em jovem, Alevtina era brilhante, curiosa e motivada; colocava grandes questões sobre a vida e a consciência humana. Agora, ao aproximar-se da meia-idade, perdeu essa ambição, sem entender como ali chegou. O padrasto, músico, criou-a como se fosse sua filha, e ela nunca se interessou em conhecer o pai biológico. Quando finalmente investiga, descobre que ele morreu há muito, deixando dois filhos: Joar e Syvert.

Anos mais tarde, quando Syvert e Alevtina se encontram em Moscovo, têm duas formas muito diferentes de encarar a vida. Enquanto isso, uma estrela brilhante aparece no céu, iluminando a existência humana e os mistérios que transcendem a nossa visão do mundo.


«Knausgård está entre os melhores escritores vivos.» [The New York Times]


«Knausgård está de volta com um novo romance, irresistivelmente envolvente.» [The Washington Post]


«Os Lobos da Floresta da Eternidade, à semelhança de um romance russo do século XIX, debate-se com os grandes opostos: a visão materialista e a religiosa. O mundo enquanto acidente cósmico versus encarnação de uma intenção luminosa. Este mundo está ou não impregnado de significado? E terá havido melhor momento para o perguntar?» [The New York Times Book Review]


Os Lobos da Floresta da Eternidade (tradução do norueguês de João Reis) e outras obras de Karl Ove Knausgård em https://www.relogiodagua.pt/autor/karl-ove-knausgard/

Entrevista a Hisham Matar

 Hisham Matar em entrevista a Ana Daniela Soares no Todas as Palavras, a propósito do livro Os Meus Amigos: https://www.rtp.pt/play/p14532/e892812/todas-as-palavras


Os Meus Amigos, de Hisham Matar (tradução de Maria Beatriz Sequeira), está disponível em https://www.relogiodagua.pt/produto/os-meus-amigos/

Sobre A Angústia do Guarda-Redes antes do Penalty, de Peter Handke

 «O guarda-redes está a ver se descobre qual é o canto da baliza que o jogador quer atingir, disse Bloch. Se conhece o jogador, sabe qual é o canto que, de um modo geral, ele prefere. Mas, provavelmente, o jogador que vai marcar o penalty pensa também que o jogador o está a tentar descobrir. Por isso, o guarda-redes tem de admitir que precisamente hoje a bola vai entrar pelo outro canto. Mas o que é que acontece se o jogador que vai marcar o penalty seguir o pensamento do guarda-redes e acabar por decidir atirar para o canto para o qual costumava atirar?»


Neste livro, em que a angústia causada pelo penalty é uma metáfora da vida — aspecto sublinhado no filme sobre ele feito por Wim Wenders —, Peter Handke fala-nos de um antigo guarda-redes que, depois de ser despedido do emprego assassina uma mulher, sua ocasional amante, e deambula num mundo que parece ter perdido todo o sentido.


A Angústia do Guarda-Redes antes do Penalty (trad. Maria Adélia Silva Melo) e outras obras de Peter Handke estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/peter-handke/

5.12.25

Sobre A Última Palavra, de Hanif Kureishi

 Hanif Kureishi conta-nos uma história inteligente e repleta de humor sobre sexo, mentiras, arte e tudo o que define uma vida.

Mamoon é um escritor indiano muito promissor que fez carreira em Inglaterra. Mas, agora que faz setenta anos, a sua reputação começa a esmorecer, a venda dos livros a cair, e a sua jovem esposa tem gostos dispendiosos.

Harry, um jovem escritor, é contratado para escrever uma biografia de Mamoon, com o intuito de revitalizar a sua imagem e conta bancária. Harry tem enorme admiração pelo trabalho de Mamoon e pretende desmistificar a sua vida de forma justa. Mas a editora de Harry procura algo diferente: a verdade nua e escandalosa — uma história devassa e impudica, envolta em sexo e escândalo, que gere cabeçalhos e aumente as vendas de forma exponencial. Enquanto isso, o próprio Mamoon aproveita para tentar refazer a verdade sobre o que foi a sua vida.

Harry e Mamoon encontram-se assim numa batalha de vontades. Qual deles terá a última palavra?

Todo este processo levanta questões de amor e desejo, lealdade e traição; além de uma inevitável comparação entre a fragilidade da idade e o ímpeto da juventude.


A Última Palavra (trad. Artur Lopes Cardoso), editado pela Relógio D’Água em 2015, e outras obras de Hanif Kureishi estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hanif-kureishi/

Sobre Gonçalo M. Tavares e O Fim dos Estados Unidos da América

«Difícil de catalogar, clássico, delirante, “O Fim dos Estados Unidos da América” parte de um objecto reconhecível, os EUA enquanto mito fundador do século XX, e interroga a sua transformação. O que está em causa não é a geografia, mas o que resta quando um país que inventou uma narrativa totalizante perde a capacidade de se contar a si próprio. Território imaginário, laboratório de excessos que permite e potencia todos os excessos ou caricaturas linguísticas, lugar de múltiplas tensões (em dois pólos protagonizados por gente como Left Wing e Ted Trash, o ideólogo de esquerda e o populista de direita, mediados por Bloom, a que alguns chamam de salvador), num cenário de pré-guerra civil onde se fala a “língua dos que têm medo”.

Gonçalo M. Tavares chamou epopeia a este “O Fim dos Estados Unidos da América” para interrogar o próprio género num tempo distópico. Adaptou a linguagem aos preceitos de quem quer sobretudo narrar a falha: ela é ágil, terrena, inventiva, repetitiva para fazer ecoar slogans contemporâneos, lúdica, cirúrgica no modo como capta, por exemplo, o funcionamento dos mecanismos da crença. Por exemplo, como nasce uma ficção nacional e como ela se desfaz quando perde adesão à vida real. Quando isso acontece, o que implode não é apenas uma nação, mas a estrutura que sustentava a ideia de (se) estar do lado certo da História. “Nenhuma peste pode perturbar o país que nasceu para proteger os deuses”, pensa Jocasta, a ex-mulher de Laio, aqui personagem, quando pensa nos velhos EUA no tempo do God bless America, outro slogan a soar a vazio. […]

Se há um legado do escritor que este livro prolonga, é a capacidade de transformar a catástrofe num exercício de pensamento. Agora com notas leves e boa dose de humor, uma liberdade que contrasta com o mote do livro: uma dura crítica da qual sobressai a fragilidade das democracias. O espelho onde nos vemos é deformante, tem muito de grotesco. São mais de 900 páginas, um quase delírio, uma paródia, pos vezes negra.» [Entrevista a Gonçalo M. Tavares por Isabel Lucas, ípsilon, Público, 5/12/2025: https://www.publico.pt/2025/12/05/culturaipsilon/entrevista/goncalo-m-tavares-ate-pobres-ricos-continuarao-especie-unica-2156799]


O Fim dos Estados Unidos da América e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/

Livros de Djaimilia Pereira de Almeida e Gonçalo M. Tavares sugeridos para oferecer no Natal (e em qualquer época do ano)

 A Visão das Plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida, e O Fim dos Estados Unidos da América, de Gonçalo M. Tavares, entre os trinta livros sugeridos pela Comunidade Cultura e Arte para oferecer no Natal (e em qualquer época do ano):

https://comunidadeculturaearte.com/trinta-livros-que-podes-oferecer-no-natal-e-em-qualquer-epoca-do-ano/


A Visão das Plantas e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/


O Fim dos Estados Unidos da América e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/